Tuesday, November 29, 2011

Nostalgia

15 anos
Estava lá sentado
Ouvindo aquela música
Que me fazia refletir
Sobre o que eu poderia fazer na vida

21 anos
Estou aqui sentado
Ouvindo esta música
Que me faz refletir
Sobre o que poderia ter feito quando tinha 15 anos

Wednesday, November 23, 2011

Honestly

I am tired of asking you how you are doing
and listening "not too bad"
I am tired of pretending I find you funny
and agree with your stupid thoughts
just because of this fucking job
I am tired of being treated as a dog
while you are on the computer
I am fed up with being fed up with my heart
when it tries to humanize you
I am tired of hearing you say that one should care about people
while you judge your loyal customers
I am tired of convincing myself that you are nice
and having an everyday proof of the opposite
I am negatively puzzled with your capacity to hurt people
and not to be aware of that
I am impressed with your lack of sensibility

"So what you like? I love coffee. Pff, the money is shit!"

You and these stupid people
You and these materialists
You and these moneyaddicteds
You and this false mask of apparently being good
You and this "you have to be pretty for the girls"
You and this deep hurting selfish laughter

I am tired of you pulling me down
and saying what's right through your narrow lens

Honestly, FUCK YOU!

Monday, November 14, 2011

Instante

Como posso sentir tanto
o que aos outros nem toca?

Como?
Como, mãe? pai?
Como me fizeram assim?

Por que ninguém me diz "te entendo!"?
Pareço-me um vácuo

Não sei nem ao certo o que quero dizer, mas quero dizer algo
Fica aqui registrada essa necessidade de expressão

Sunday, November 13, 2011

Toda mudança começa com uma ideia (idéia).

Aqui em Londres, estou morando com portugueses, e o convívio com eles tem sido muito sadio e produtivo. Além das brincadeiras e jantas que fazemos, temos muitas conversas interessantes sobre os mais variados assuntos. No entanto, um que vem se destacando é a Língua Portuguesa. Creio que seja natural que ocorra esse tipo de debate, visto que no próprio ato de falar nos apercebemos diferentes, e aí se geram mais coisas a serem abordadas.

A questão que mais deu pano pra manga e que mais me tocou, no sentido de me pôr a pensar, foi a norma culta. Estávamos conversando sobre as diferenças entre o português brasileiro e o europeu, quando os nossos amigos portugueses disseram: norma culta? A gente nem estuda isso.

O que vimos no Brasil é um total descolamento entre o que se fala e o que se produz e escreve. Parecem água e óleo, não se misturam, mesmo que se force. Um não se interessa pelo outro, e misturá-los é muito difícil. Gostaria de lançar a discussão e de fazer vocês pensarem a respeito da Língua Brasileira, e mais, de como somos ensinados a nos comunicar e escrever no Brasil.

A disciplina de português nos parece uma doutrina, algo sério demais, um ser superior. Estudamos os tempos verbais, as regras de próclise, ênclise e mesóclise (!), as regências nominais e verbais, entre outros, e, no fundo, o que estamos estudando é "como ser entendido em Portugal". De quê nos serve estudar algo de maneira tão minuciosa se só o usamos para escrever em situações restritas, se não somos compreendidos pelos nossos conterrâneos, se não sai com naturalidade? Crescemos a vida inteira ouvindo frases como "Te amo" ou "Não quero te ver hoje!" e estudamos que estão erradas. O português virou uma coisa chata, sem graça, sem pé nem cabeça, desinteressante e, pior, torturante. Não valorizamos as culturas locais, deixamos de discutir neologismos e usos da língua porque estamos estudando como ser compreendidos em Portugal.

Os portugueses nem precisam pensar para escrever, a língua simplesmente se transfere da mente ao papel, não há limites, grades, regras, ela se torna criativa. Nós, brasileiros, estamos presos a uma realidade que nos é diferente, distante, abstrata.

Obviamente não acho que devemos sair por aí e tornar correto qualquer tipo de uso da língua, até porque, inevitavelmente, daqui a alguns séculos poderíamos nem nos entender. Mas trazer uma teoria para mais perto da realidade sempre a torna mais inspiradora, instigante e inteligente. O que se faz nas escolas do Brasil é uma doutrinação linguística, é uma reprodução do que deveríamos falar. Parece que estamos sempre errados, sempre errando, que somos desleixados, que não nos importamos. E a culpa recai, numa espécie de ciclo vicioso, em boa parte sobre os alunos, desinteressados, que não param para pensar sobre a sua identidade linguística, sobre as expressões fonéticas que mais correspondem ao que sentem, sobre a naturalidade do falar. O português está tão distante deles, que a maioria não lê, não escreve e/ou não acha que aquilo seja relevante.

Proponho uma abertura mental, uma abordagem mais relax, uma independência da Língua Portuguesa Brasileira. Que ela se torne livre da nossa preguiça de pensar, de organizar, que ela não seja mais uma vítima da tradição conservadora. Afinal de contas, onde já se viu termos que parar para raciocinar ao escrever, sendo que a escrita nos toca no âmago da subjetividade, da paixão e da inspiração?

Sejamos menos puristas, por favor, e sejamos mais originais. Um país tão grande, rico e transbordando de culturas merece uma identidade mais consolidada. Se demos o nosso famoso jeitinho brasileiro para burlar as regras do português europeu, que sejamos maduros e responsáveis o suficiente para lhe dar uma cara legal e para torná-lo um traço cultural valioso, e não um bicho de sete cabeças.

Monday, September 26, 2011

Metafísica egoísta

Eu tenho em mim uma quantidade imensurável de sonhos, de expectativas, de esperanças, de lições, de sentimentos que ainda não encontram correspondentes nos dicionários. Tenho alguns quilos de carne fresca, cerca de 70% de água e uns carboidratos aqui e acolá. Não sei como esse físico e essa metafísica se inter-relacionam, como lidam com seus acordos, como estabelecem pactos. Não sei quando nem como, mas tenho a certeza absoluta de que a metafísica não muda o meu status-quo, não se dá por vencida, não lhe convém aceitar uma paridade igualmente justa.
A minha metafísica é ruim, é invejosa, gosta de que transborde sobre o tocável aquilo de que é feita e que, ironicamente, não sabe como chamar-lhe.

Thursday, August 18, 2011

Pequena grande diferença

“Vou chegar em casa e comer um feijão!”
“Tô louco pra tomar um café!”
“Tomar um banho quente num dia frio tem seu valor.”

“Vou chegar em casa e comer um feijãozinho!”
“Tô louco pra tomar um cafezinho!”
“Tomar um banho quentinho num dia frio tem seu valor.”

De inho em inho, a gente se enche de ãos, de alegrias, de momentos simples e pequenos que nos engrandecem a vida.

Friday, July 22, 2011

Melancolia antecipada

A cidade tem ouvidos e bocas
Estas me dizem: "estás partindo? Não vás"

Não sei mais se conquistei Porto Alegre ou se Porto Alegre me conquistou. Acho que conquistamos um ao outro. O fato é que sair dela me doi, me arranca um pedacinho. E a levo comigo também.

Seremos eternos irmãos, daqueles que se tornam ótimos amigos, mas que sabem que, para crescer, às vezes precisam se separar.

Meu Porto hoje está triste...

Mas é temporário.

Thursday, July 21, 2011

A gente é bom!

Eu costumava ser tão rígido com a nossa Língua Portuguesa. Achava-a pior do que as línguas latinas conhecidas, achava que não valia a pena ser aprendida e ficava triste por não usarmos o "tu" ou o "nós" de maneira cotidiana e correta. Para colocar em fácil linguagem, eu era cri-cri!

Agora entendi o quão brasileiro é o nosso Português.
"Estamos sentados na grama do parque"
"A gente tá sentado na grama do parque"

Assim como o jeitinho brasileiro está nas músicas, nas compras, nos estudos e em tantas outras atividades, ele invadiu também o nosso falar. Burlamos o "nós", roubamos "a gente", despimo-lo da sua função coletiva de 3º pessoa do singular e lhe metemos um plural.

Aqui no Brasil a gente somos nós, a gente faz e acontece, a gente engloba eu e você.

Que a gente use mais a locução "a gente"! A gente será mais coletivo, mais solto, mais malandro sem fazer mal a ninguém.

A gente é bom!

Saturday, June 11, 2011

Tô que tô!

Quero ter um cantinho meu
Uma janela que dá pro quintal
Uma caneca de porcelana
Me deitar na cama
Sentir o cheiro que me lembrará
Que estou lá, que é a minha casa

Quero música tocando
Pra espantar o mau-olhado
Convidar amigos
Sem cobrança
Só amizade
Só alegria
Só pureza
Que beleza!

Quero gente que ria
Gente que chore
Gente minha e de cada um
Quero falar de política
De bobagem
De trivialidades

Quero tristeza
Pra me lembrar da alegria
Melancolia
Epidemia
Contágio (de risos!)
Aha-ha-ha

Quero ter vista do Sol
Sentir o calor na pele
Parar o meu tempo
Pelo menos por uns segundos

Quero ser relativo
Nada quero ser inteiro

Quero um porta-retrato na parede
Na sacada uma rede
Na cozinha um forno à lenha
No meu quarto um amor pra vida toda

Quero inventar


Sunday, May 29, 2011

Máscara de palhaço

Há uns dois meses, eu saí do restaurante em que estava almoçando num dia ensolarado de domingo e tomei um caminho "alternativo" para chegar em casa. Era menos movimentado, tinha umas mesas e cadeiras, uma espécie de corredor entre a saída do restaurante e a rua. Para minha surpresa, vi ali sentado um homem com roupas coloridas, sapatos grandes, rosto pintado. Tinha sido um palhaço, não o era mais! Numa das mãos segurava um cigarro aceso, olhava distante para lugar nenhum, estava aproveitando o momento seu de ser ele mesmo, de desvestir-se do que fora.

Aquilo me intrigou, de certo modo. Antes, um ser-humano que é para os outros, que se doa, se dá, se joga; agora um homem para si. Não pude vê-lo e analisá-lo tempo suficiente para dizer se ele estava triste ou alegre, mas com certeza ele estava refletindo sobre algo. Talvez na efemeridade da vida? Talvez numa doença que acabara de descobrir? Talvez na traição da sua esposa? Talvez no dinheiro que receberia pelo trabalho? Não sei, mas a intriga me pegou!

Não pela curiosidade - o que eu mesmo esperaria de mim! -, mas pela percepção de que somos vários. Somos vários porque queremos ou porque não queremos ser nós mesmos? Porque temos vergonha ou porque não temos outras opções?

Seja qual for a resposta, o certo é que há vários eus e outros em nós. O certo é que, em muitos momentos, temos que nos adaptar a situações. Mas eu tenho um receio: o de que, ao sermos as várias coisas, deixemos de ser nós mesmos.

Monday, May 9, 2011

Prazeres de Cada Dia

Ele sai de casa
Põe os pés na rua e caminha ao seu destino
Destino conhecido, tempo lento de divagações
Local definido, pouca pressa

Preocupações mínimas
..Ou talvez diferentes!

Preocupação em encontrar a música mais adequada,
O assobio que mais combine,
O compasso ideal para seus dedos serelepes,
Ideal de achar a moldura para aquele dia!

Tarefa arriscada,
Pelas crianças, pelos sorrisos, pelo parque
Distrações diversas, multiplicidade de escolhas!

O certo é que no final do dia,
mesmo sem moldura completa,
mesmo ainda com ânsia de terminar o que pensou em começar,
ele volta pra casa ansioso pelos dias que ele ainda irá batizar.

Sunday, April 17, 2011

Café!

Café!

Com leite
Com chocolate
Com canela
Com baunilha
Com açúcar
Com adoçante
Com menta
Com chantilly

Com você!

Proteções

Estive muito exposto à dor de pensar, às expectativas inocentes que não se realizavam, ao amor a longo prazo, à efemeridade da vida e à condenação perpétua dos de bom coração: ser bobo.

Sofria a isso calado, com os olhos em direção ao céu, com a mente perdida num horizonte intangível e, quiçá, inconcretizável.

Mas ele vem v i n d o...vindo! Chegou!

Pode não ser o que eu imaginara, mas chegou!

Amigos, companheiros, família, eu-mesmo - não o pessimista, mas o incentivador de loucuras apaixonáveis! - fizeram-me um cásulo, deram-me de comer, sinto a metamorfose.

Não sei se está completa, mas está em rumo. Um dia voarei!

Monday, April 11, 2011

Cansei

Uma vez eu estava ao lado de uma pessoa assistindo a TV - estávamos acompanhando uma edição do programa Globo Repórter, sobre a China -, quando o repórter mencionou algumas características da milenar cultura chinesa. Iniciando pela religião, ele comentou a respeito dos dragões chineses e das estrelas e de como os locais associam as duas coisas, e a pessoa ao meu lado falou: "Olha esses aí, que ridículos!" (A frase não foi exatamente essa, mas o sentido que ele lhe dera sim, e é isso que importa para este texto).

Isso me atingiu de uma forma tão diferente e inesperada, realmente fiquei decepcionado com a concepção do ser-humano ao meu lado. Eu já sabia que ele tinha uma mente bem fechada para diversas coisas, mas a manifestação verbal e diminutiva que ele proferiu me deixou paralisado. A sua cristandade cega e a maneira como ele a tornara uma arma dos racionais para com os irracionais me soaram de tal forma agressivas e positivistas que eu venho me recordando desse fato há três anos. Por que só agora resolvi externalizá-lo? Porque tudo tem um contexto.

Estou com medo. Não medo de comunistas, de burgueses ávidos por capital, de 2012 ou de atentados terroristas. O nosso problema é mais raso. Medo da direção à qual caminha o Brasil (e talvez o mundo, mas a reflexão de hoje é sobre o nosso país). A pessoa do início do texto está vivendo uma situação econômica bem favorável, e isso a está tornando mais importante. Ela tem mais contatos, ela dá mais ordens, ela agora tem um carro, ela cursa Direito, ela vai defender posições no nosso Congresso, nas ruas, nos bares. Ela vai ter filhos, e provavelmente lhes passará suas tradições. Nestes dois anos e pouco de faculdade, a vida me abriu portas, me abriu pessoas, lugares e oportunidades; as mais interessantes foram as diferentes, foram as humildes, as surpreendentes e, sobretudo, as críticas. E percebi como cresci como ser-humano, como me humanizei! Tenho medo de uma ditadura não oficial dessa maioria assustadora.

Estamos vivendo anos de não-crítica, de não-pensar, de não-ser diferente. Tudo tem que ser igual, rápido, eficiente, economicamente racional, pronto, frio. O médico tem que curar um paciente e contar ao outro que tem 5 dias de vida. O deputado tem que escrever um discurso maravilhoso para convencer o povo de algo de que ele não precisa. Nós precisamos comprar o que está na moda para sermos felizes, para não nos encararem estranho na rua e para nos valorizarmos como seres sociais. Temos que fazer aulas de mandarim na segunda às duas da manhã e ter uma reunião entre o almoço pronto do Mcdonald's e a aula da faculdade porque o mercado está mais e mais competitivo. Estamos abandonando nossas convicções, crenças, sentimentos e humanidade porque há muita cobrança, muita informação e muitas obrigações.

Mas isso, na verdade, não me parece algo novo. Claro que está mais evidente, mas isso é uma consequência do ritmo de vida que temos levado nos últimos anos. Tudo está mais intenso. A grande questão é que as pessoas continuam a ser ignorantes, e pior ainda, muitas delas continuam usando a ignorância dos outros a seu favor.

Continuamos a falar de direita e esquerda, de sequência de Fibonacci, de direitos humanos, da revolução da mídia, mas a grande verdade é que nunca se discute a base de tudo isso. A escola é um grande monstro de desestímulo às discussões benéficas. Não se fala sobre sexo, sobre o papel do ser-humano, sobre as nossas diferenças. Prega-se o igual. Tu tens que ser o mais inteligente para passar no vestibular e aí colocarem o teu nome nos outdoors, sem que eles se preocupem se é isso que realmente queres. Ser inteligente, curioso e querer descobrir não te faz uma pessoa melhor no colégio; ao contrário, te torna uma ovelha negra, numa época em que nossa cabeça não está muito estabilizada com nós próprios e com o mundo. Sem falar da necessidade que as escolas têm de passar os alunos para que eles continuem matriculados nelas.

Cansei-me, sinceramente. Desculpem pela trivialidade do texto - todo mundo já falou mal do sistema - mas eu me indignei com a situação do nosso país, que eu amo muito. O dinheiro está inundando nossas bolsas de valores, mas também o coração das pessoas. Estamos ficando mais importantes, temos mais poder e possibilidades, mas não estamos disseminando o respeito, a educação e os bons valores. Acabaremos formando conservadores, burocratas, pessoas frias; acabaremos com mais carros poluentes nas ruas e mais pessoas comprando outras pessoas; não haverá espaço para confiança, porque as verdinhas são os contratos.

Tô cansado de culpar o capitalismo; a culpa é da natureza humana mesmo, coisa que nunca discutimos porque nos parece trivial demais. "Ele faz, eu faço também" dizem os idiotas. Cansei-me dos idiotas também. Cansei-me dos não-humanos, desses zumbis que andam de óculos escuros neste mundo ensolarado.

Leitores deste blog, são pessoas como vocês que me incentivam a continuar! Obrigado!

Saturday, April 2, 2011

Monday, March 28, 2011

Vende-se

Chegou a nova etapa dos para-raios! Nada de elétrons, pontas metálicas e descargas elétricas! Estamos demasiado avançados para pensarmos em descargas elétricas. Os físicos já cuidaram disso. Trata-se agora de uma peça rara - inventada há mais de 20 anos, é verdade, porém só atualmente potencializada e em plena capacidade -, que não dá sinais de depreciação e que não cobra nada para funcionar.
Se queres te livrar de comentários ignorantes e egocêntricos das ruas ou das praças, se queres esquecer uma briga de família, se não queres te importar com a chuva que estraga os planos do final de semana, compra-a! Ela os absorve todos!
O único problema - acho que por isso ainda não tiveram tanto interesse - é que a peça só desliga quando quer e ela tem problemas para tomar decisões. O não desligar acarreta efeitos colaterais. Não te sentirás mais extremamente feliz, pois a peça te roubará as alegrias extremas. Não ganharás mais atenção ao retribuir um sorriso, uma vez que ela te tolherá o foco. Ah sim, não podemos nos esquecer da bobeira. Prepara-te para não ser mais o bobo da corte, o inocente com brilho nos olhos; a peça não desiste.

Cabe a ti agora pesar os custos e os benefícios. Perdão se te fiz alegrar demais no início, mas tive que ser sincero - a máquina está ligada e há uma música gostosa no fundo.

Friday, March 18, 2011

Permita-se

Permita-se sentir-se triste. Permita-se chorar. Permita-se tocar-se por si próprio ou por alguma coisa. Permita-se compartilhar sentimentos. Não são só os grandes momentos de alegrias e excitações que nos movem, mas também o que aprendemos e o que nos permitimos sentir quando estamos tristes.

Wednesday, February 16, 2011

O poder da mente boba

Certa vez lhe disseram que o dinheiro compra pessoas. Espantado como ele só, retrucou: "Não, isso não é verdade!" Olharam-no torto, não abriram a boca automática, ele é só mais um lunático. "Dinheiro não pode comprar pessoas. Se o faz, então não são pessoas, são mercadorias!".

Como que de sopetão, a inflação tomou conta dos dinheiros dos empresários.

Subiu o preço das famílias nas bolsas de valores!

Friday, February 11, 2011

Retrocesso

Crianças no parque
Crianças de tarde
Crianças correndo
Criando um alarde

Crianças de arte
Crianças no encarte
Crianças ingênuas
Lendo almanaques

Criança lambança
Criança se lança
Criança de trança
Criança lembrança

Criando um alarde
Crianças correndo
Crianças de tarde
Crianças no parque



Jovens no crack...

Thursday, February 10, 2011

Introdução a mim

Inspirado nas aulas de economia que venho tendo, achei interessante explicar o porquê de "Epifanias e Manias", título do blog recém criado.
O termo epifanias me veio à cabeça quando eu estava mostrando algumas frases famosas de Clarice Lispector a um querido amigo. Impossível não pensar nessa palavra quando a lemos ou ouvimos falar dela. Admirava-a bastante durante o meu ensino médio, inclusive eu costumava dizer que eu era Clarice reencarnada numa forma masculina. Qualquer ato, qualquer palavra, qualquer gesto, tudo se tornava uma impressão dela sobre o mundo. TUDO. E comigo acontece o mesmo. Passo na rua e lanço olhares sobre os prédios, as pessoas, as matérias de jornal, os mendigos, as carcaças padronizadas, os intelectuais, os cafés, os bares, os "outsiders", entre outros e todos eles me remetem a outras coisas. Todos eles me acrescentam de alguma forma, me fazem mudar minhas opiniões, me dão socos na barriga quando eu estava para digerir algum conceito.
Sou uma pessoa muito observadora, e isso me ajuda a desenvolver ideias e a perceber melhor os detalhes. Daí esse termo, epifania. Sou seu fã de carteirinha!

As manias não são assim tão subjetivas. Também são físicas. Morder a pelezinha ao redor das unhas, não conseguir sair de um lugar sem dar tchau à maioria das pessoas, ficar nervoso sempre que recebo uma visita, repetir uma nova música exaustivamente até memorizá-la, ser otimista em relação ao mundo, etc.
Manias nada mais são do que atitudes que repetimos, e, embora algumas delas sejam consideradas ruins, eu acredito que façam parte da nossa personalidade. Um exemplo que gosto de citar é quando mudei de cidade e tinha mania de achar que todos eram, já no primeiro contato, meus amigos. Tratava-os como tais, mas claro que não recebia o mesmo como resposta. "Isso demanda tempo, Thomás, calma!" era o que me diziam e o que eu tentava dizer a mim mesmo. Mas as minhas manias (e neste caso, também epifanias) não me deixavam parar. Não me deixam parar. Não me deixarão parar. E eu não quero parar. Eu quero escrever, eu quero ter a mania de me sentir desconfortável com o novo e dele extrair o atual, o contemporâneo. Eu quero mastigar esses múltiplos conceitos que nos são bombardeados a cada novo post do Facebook ou do Twitter e criar uma pasta Thomasística que também atingirá outras pessoas.
Enfim, creio nessa corrente democrática chamada internet e no resquício de humanidade que cabe ao ser-humano.

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